29 abril, 2010

In Memorian

Por Ruben Figueiró

Éramos cinco: Mustafa Ale Esgaib, Ubaldo Baren, ambos de Ponta Porã, Nelson Mendes Fontoura, de Coxim, Nelson Trad, de Aquidauana e eu, de Rio Brilhante, cidades das quais descendemos. Estudantes universitários na (então) maravilhosa  cidade do Rio de Janeiro, todos idealistas, cheios de sonhos e um desejo turbilhonado para voltar ao nosso Mato Grosso e nele ao torrão querido que nos recebera, a Cidade Morena. Mustafa, ainda muito jovem, Deus o levou; Ubaldo percorreu longa e brilhante trajetória como advogado, promotor e procurador de justiça, deputado estadual e federal, também teve a mesma sorte deixando-nos com sua inefável lembrança, anos atrás.
Nelson Mendes Fontoura, o nosso “coronel”, como carinhosamente o chamávamos, entre nossas imensas saudades acaba de partir para o berço eterno do Senhor. Tanto Nelson Trad (tenho absoluta convicção) quanto eu, sempre e sempre, teremos em nossas memórias a fisionomia do insigne homem emoldurado na pessoa do Nelson Fontoura. Amigos sinceramente fraternos mercê a uma convivência de mais de cinco décadas, somos testemunhas da marcante personalidade do saudoso amigo. Nos tempos da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (o famoso Casarão do Catete), da então Universidade do Distrito Federal, por cinco anos fomos parceiros de bancada em salas de aula e das tropelias que nossos impulsos políticos nos levaram à defesa dos ideais cada vez mais fervorosos  do que acreditávamos pelo bem do Brasil e do nosso Sul de Mato Grosso.
Fontoura e eu lutávamos nas trincheiras da UDN e, com os olhos voltados para a nossa terra pela empolgante luta da divisão do Estado, isto dentro da AME (Associação Mato-grossense de Estudantes) – entidade que no Rio de Janeiro reunia a juventude estudiosa do Estado, radicada na cidade maravilhosa, e da qual fomos presidentes. O Trad, de sua parte, assumiu com o ardor pelo seu PTB, autentico trabalhista que era, a UME (União Metropolitana de Estudantes) aguerrida entidade na defesa da juventude universitária e que deu alguma “dor de cabeça” ao governo do presidente Juscelino Kubstichek. Nós cinco, Mustafa, Ubaldo, Fontoura, Trad e eu, sempre unidos nas lutas pelas quais acreditávamos, chegamos até a enfrentar os cassetetes da famosa e violenta Polícia Especial do Governo Federal (conhecida pelos quepes vermelhos que usava), para não esquecer jamais.
Voltemos ao nosso aprisco natural. Advogados, em 1958, com a nossa presença em Campo Grande, somavam dezenove profissionais em efetiva atividade, tomando cada um rumos diferentes na procura de não desmerecer a nossa formação universitária e os nossos ideais democráticos. Aqui ressalta a figura do Nelson Mendes Fontoura. Após exercer o mandato de deputado estadual, como representante de sua região natal (Coxim, Rio Verde e Pedro Gomes), convidado pelo então governador, e excepcional cidadão, Fernando Correa da Costa,  aceitou o cargo, e, difícil também na ocasião, o encargo de promotor de justiça da Comarca de Campo Grande. Tal foi o seu desempenho onde prevaleciam os ditames maiores da cidadania, com a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, foi natural a sua ascendência ao alto cargo de procurador chefe do Ministério Público; foi secretário de justiça e, culminando brilhante carreira, tornou-se desembargador do Tribunal de Justiça e seu presidente. Profícua e bela a carreira do querido Nelson Fontoura, reconhecimento testemunhado pelas lágrimas de saudades de todos quantos acompanharam as suas exéquias.
Nelson Mendes Fontoura nos legou memoráveis exemplos de dignidade pessoal, fidelidade aos princípios que trouxe de seus progenitores, amor a sua esposa Nice, aos seus filhos, noras e netos e extrema lealdade e companheirismo a todos, como nós sobreviventes –  Trad e eu, que jamais olvidarão.

28 abril, 2010

Myspace do Dino Rocha

          Criei o Myspace pro meu amigo e renomado instrumentista, Dino Rocha. Para quem não conhece, o Dino é um acordeonista com mais de 40 anos de carreira, tendo lançado uma série de discos e cd's, e trabalha com o estilo musical chamamé. O chamamé é muito popular no norte da Argentina, especialmente em Corrientes, bem como no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul; é um ritmo de fronteira, oriundo da bacia do Prata e parecido com a polca paraguaia. Com relação ao Dino, só pra constar, ele já participou da lendária novela Pantanal, além de ter gravado com vários artistas de expressão nacional, tais quais Almir Sater e Chitãozinho & Xororó.
          Enfim, é isso, espero que entrem, apreciem, comentem e divulguem. O endereço é http://www.myspace.com/dinorocha .

27 abril, 2010

Série - Ricardo Eletro

          Após 21 dias, eis que a minha geladeira encomendada junto à loja Ricardo Eletro chegou. A questão a qual eu devo me perguntar é a seguinte: diante de tamanho atraso, devo buscar alguma reparação? Verificarei ainda esta semana as minhas possibilidades junto a um advogado, e pelo que pesquisei no site "Jurisprudência", sim, neste caso parece-me que cabe um processo. Diante desta situação, inicio no blog uma série que tem como objetivo, num caso simples, relatar minhas impressões sobre o sistema judiciário brasileiro.
          Levantarei as seguintes questões: (1) vale a pena buscar os meios jurídicos, ou não? Quando? (2) Quais os maiores problemas do setor, neste caso? Postarei aqui as minhas constatações e críticas, deixando-os a par de tudo o que acontecer durante esta minha luta. Aguardemos os pareceres...

The Sound of Rio - Elza Soares

Que dia é hoje - Samuel Morse

          Hoje comemora-se o aniversário de nascimento de um dos maiores inventores no ramo das comunicações de todos os tempos, o norte-americanos Samuel Morse. Nascido em 1791, no estado de Massachusetts, aos quatro anos já mostrava grande interesse pelo desenho e, aos catorze, ganhava o seu próprio dinheiro fazendo desenhos de seus amigos e pessoas. Ainda na época de colégio, escreveu uma carta aos pais dizendo que queria se tornar um pintor. Os pais, preocupados com o futuro do filho, preferiram transformá-lo num vendedor de livros. Desse modo, Morse passou a vender livros de dia e a pintar à noite. Ante a persistência do artista, os pais decidiram mandar o filho para Londres para que estudasse artes na Royal Academy.
          Estudou no Yale College, interessando-se pela eletricidade, ainda pouco compreendida na época, e pela pintura de retratos em miniatura. Estudou pintura na Inglaterra e, ao voltar aos Estados Unidos, fez retratos considerados obras-primas do gênero.
          Ganhou notoriedade com a invenção do telégrafo elétrico e criação do sistema de sinais conhecido como código Morse, que tornou mais eficiente a comunicação por telegrafia. O sistema utiliza uma combinação de pontos, traços e pausas para transmitir informações por meio de impulsos telegráficos ou visuais. Em 1843 utilizou o método para construir a primeira linha telegráfica, que ligaria Baltimore a Washington.
          No ano seguinte transmitiu a primeira mensagem: "What hath God wrougth!" (Que obra fez Deus!). Morreu rico em Nova York. Sua fortuna foi fruto proliferação de linhas telegráficas nos EUA

Fonte: algosobre e Wikipedia (adaptados)

26 abril, 2010

Respeito em abandono

          Pichado foi o símbolo do Brasil, tal qual um pecador identificado! Com assinaturas e inscrições de protestos, nossa nova maravilha do mundo assim amanheceu, tatuada de provocações em forma de tinta. É o fim do Rio? O começo do fim? Não, é somente um exemplo de como nós, brasileiros, respeitamos nossos símbolos e instituições.
          Só pra constar, em pleno feriado último, diversos cartões-postais do Rio também mostravam sinais de abandono: na Marina da Glória, com o esplendor da Guanabara ao fundo, juntavam-se uma barraca com seus moradores (de rua, agora Baía); no Corcovado, a linha férrea que dá acesso à "redenção", encontrava-se interditada em função dos deslizamentos; no Centro e por toda a parte, juras de amor, estampas de guetos e  outros mais estavam representados em forma de piche. Até quando? Até quando a tua liberdade e o teu direito de ir e vir, sufocam e vão de desencontro à vida minha? Transgressão é coisa feia, e desrespeito, em quaisquer níveis e lugares, seja em casa ou na faculdade, com gestos ou palavras, é deplorável. E tem mais... pior do que a transgressão, é a permissividade desta, acrescentada à inexistência de bons exemplos dada por aqueles que regulam a sociedade. Isto é feito pelo estado brasileiro; ele não fiscaliza e pune, apenas disfarça arranjando bodes expiatórios
          O Brasil tornou-se um país sem referências, sem exemplos e infelizmente o desrespeito tomou seu lugar num ciclo contínuo. A moralidade e o civismo deram lugar à impunidade e à exaltação da malandragem. A passividade da classe média, que deveria formar opiniões, alcança a estratosfera! É egoísta, preguiçosa... prefere pagar planos de saúde, escolas e impostos, reduzindo-se aos comodismos e individualismos paralisantes, ao invés de cobrar, protestar, MELHORAR.
          Precisamos buscar referências, espelhando-nos no bom passado, adaptando ilibáveis condutas de outrora para o presente, com o intuito de construir um melhor futuro.
Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes. (Albert Schweitzer)

Hora de despertar

Extraído do editorial do jornal O Globo, artigo escrito por Paulo Guedes.

          A candidata verde Marina Silva desaprova o bloqueio às aspirações eleitorais de Ciro Gomes, e considera sua retirada da corrida eleitoral "uma perda para a democracia e para o processo político".           Tenho a mesma opinião. Mais do que um concurso de beleza entre tucanos e petistas que se repete há quatro mandatos presidenciais, os eleitores se beneficiariam das críticas e do desconforto de Ciro com as práticas políticas convencionais, que nem FHC nem Lula ousaram reformar.           "É preciso questionar práticas que parecem inevitáveis. É preciso criticar todas as tradições políticas, quando se sabe que tanto a esquerda como a direita são obsoletas. É preciso recuperar princípios morais perdidos, pois sem eles continuaremos todos perdidos...", adverte Susan Neiman, em "Clareza moral: um guia para idealistas maduros" (2009).           A reabilitação moral de nossas instituições exige o debate de uma reforma política durante a campanha eleitoral que se inicia. O deslocamento de Ciro pela direção do PSB, sob a suposta orientação do presidente Lula, não impedirá a discussão de um tema cuja hora chegou. Ou melhor, que há muito já passou.           Além da inadiável questão ética, há também o problema da eficiência operacional em nosso processo político. Os programas de investimento do pré-sal permanecem à espera de definições no marco regulatório. As dificuldades na atração de investidores para o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte foram evidentes. Necessitamos de investimentos maciços públicos e privados em educação. E, sem uma reconfiguração da política fiscal, já recaímos no samba anti-inflacionário de uma nota só: os juros voltam a subir.           Há uma nova ordem econômica em formação no globo. A classe política europeia começa a perceber, com o drama da Grécia, que o mundo não é mais o mesmo. Um exame superficial sugere que o problema é do euro. Mas, na verdade, trata-se da falta de fundamentos econômicos sustentáveis na social-democracia grega. Aliás, os excessos da social-democracia europeia apenas começam a ser purgados. Como prosseguirão também em agonia os contribuintes anglo-saxões, em decorrência dos excessos cometidos por seus bancos centrais e financistas.
          A besta do capitalismo eurasiano está solta, esculpindo a nova ordem. Politicamente reprimida em casa, mas economicamente desimpedida para virar o mundo de cabeça para baixo. Hora de despertar.

24 abril, 2010

A saída de Ciro e o retrocesso democrático

Da senadora Marina Silva (PV-AC), candidata à sucessão de Lula, em seu site.

          Qual o sentido político da democracia? É a liberdade de escolha bem informada. Numa eleição em dois turnos, como a presidencial, o primeiro foi concebido para oferecer ao eleitor um leque de alternativas políticas. A partir da diversidade de idéias e do debate entre elas, compete ao cidadão escolher as que entende serem as melhores para si e para o país.
          É particularmente perverso que esse processo, que está no cerne da democracia, seja instrumentalizado para impedir abalos na manutenção de projetos de poder. Não é admissível que se queira manipular o direito de escolha por meio da redução forçada do leque de opções.
          Assistimos agora, com o veto à candidatura de Ciro Gomes, uma expressão exemplar desse tipo de intolerância democrática. É fácil prever que os mesmos grupos que trabalharam para tirar Ciro da disputa presidencial tentarão agora assimilá-lo.
          Os que costumam agir dessa maneira são aqueles que têm dificuldade em transformar a visão democrática em ação e não admitem a alternância de poder. Primeiro, buscam eliminar os adversários que querem disputar legitimamente a preferência dos eleitores. Depois, tentam se colocar como o único hospedeiro possível para que os expurgados consigam sobreviver na vida pública.
          Aquele que foi empurrado para fora do processo passa então a ser apontado como bom companheiro, patriota, desde que aceite ser assimilado por aqueles que articularam o seu expurgo.
Perde o país, perde a democracia.

23 abril, 2010

Que dia é hoje - Pixinguinha

          Alfredo da Rocha Viana Filho, mais conhecido como Pixinguinha, completaria hoje seus 113 anos, se vivo estivesse. Foi flautista, saxofonista, compositor e arranjador e é considerado um dos maiores artistas da música popular brasileira, contribuindo diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva. Dentre os seus maiores sucessos estão "Carinhoso" e "Lamentos", sendo que a primeira, na época, foi considerada uma polca, e não um choro. 
          No dia 23 de abril, em homangem ao Pixinguinha, comemora-se o Dia Nacional do Choro. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandonilista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.
          Pixinguinha faleceu aos 76 anos na igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, deixando legião de fãs, amigos e admiradores por todo o mundo.

Eu acho que...

          Realmente, foi um absurdo o caos que instalou-se em boa parte da Zona Sul do Rio nesta última quarta-feira (21), em virtude da realização de um mega-show para mais de 1 milhão de pessoas na Enseada de Botafogo. O evento havia sido comunicado com muita antecedência à prefeitura, e esta o autorizou sem resguardar os moradores dos prováveis tumultos. Os resultados disso foram inúmeros problemas, dentre eles um trânsito caótico, dezenas de toneladas de lixo acumulado e diversos serviços interrompidos, sem falar na desordem e balbúrdia que reinaram durante todo o dia.
          O que aconteceu vai de total desencontro ao que foi o mote de campanha, e até de governo, do prefeito Eduardo Paes: a ordem pública. Paes prometera ser um síndico da cidade, criou a secretaria de Ordem Pública para cuidar dos pequenos e grandes problemas de todo o Rio, dando especial atenção ao combate à ilegalidade. Todavia, há de se constatar que o lema não passou de mera publicidade, com combates que não duram e só cabem bem em fotos e discursos, porque na prática os resultados são pífios, nulos.
          Com relação à última quarta, resta à população cobrar da prefeitura maiores explicações sobre a sua ausência neste evento, porque o correto seria levar todo um aparato formado por guardas municipais, guardas de trânsito, policiamento e orientando ao mesmo tempo antecipadamente os moradores da cidade sobre o tumulto pontual, para que assim o trânsito fosse desviado, etc.
          Se não existem condições para algo deste porte, imaginem só, com Copa e Olímpiadas? Se a cidade não estiver preparada, não haverão condições, haverá sim, humilhação e desastre, e com platéia!
 
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