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18 maio, 2010

Marina com fé


Por Atenéia Feijó


           Podem anotar. Marina Silva vai surpreender. Com 51 quilos e 52 anos, ela não é nem de longe a figura frágil que aparenta ser. Para começar, sua biografia é um testemunho de superação. Sua decantada fé? Ora, a ciência anda buscando o significado desse valioso sentimento. Que, segundo pesquisadores, trata-se de um combustível poderoso que impulsiona as pessoas para uma vida melhor.
           "Mas tem a ver com religiosidade!", dizem. Qual o problema? "Ela (Marina) é conservadora!", gritam. Por acaso Lula não é conservador, principalmente em matéria de religiosidade? E Dilma, será que é ateia? E Serra o que é? Católico ou do candomblé? Ah, a petista e o tucano também podem ser islamitas, kardecistas... Ou agnósticos. Então, tá. Cada pré-candidato com sua religião, seu Deus ou sem ele.
           Longe de ser uma fundamentalista ou intolerante, Marina é, sim, uma mulher de fé. E parece-me que esta fé tem a ver com sua energia extraordinária na busca de um aprendizado constante. Que não desperdiça nem desdenha de lições do passado. Até porque ela é formada em História. Mas há quem não consiga ou se recuse, por preconceito, a acompanhar suas idéias avançadas.
           Há pessoas que nem se dão ao trabalho de perguntar: o que é essa tal sustentabilidade? No seu discurso durante a convenção do Partido Verde, no domingo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o empresário Guilherme Leal (dono da Natura), lançado pré-candidato a vice-presidente da pré-candidata Marina, tinha uma resposta na ponta da língua: "Não se conhece lucro sustentável num modelo econômico predatório." Seja qual for. As crises mundiais comprovam.
           O que não quer dizer que sustentabilidade tenha a ver apenas com economia. Tem também com políticas sociais, ambientais, de segurança pública, de cultura. E ética. Como se materializa isso? Vencendo desafios. Uma das bandeiras preferidas da pré-candidata verde: a igualdade de oportunidades para todas as pessoas desenvolverem suas potencialidades. Ela crê no ser humano como um sujeito desejoso de fazer suas próprias escolhas; no momento certo.
           Talvez por isso transmita confiança. Que se saiba, não foi pega em mentira. Marina diz muitas coisas boas de se ouvir. Por exemplo, a de que não se faz política por negação. Não tem medo de apontar os acertos dos outros, argumentar e explicar porque os defende. Citando, por coerência, acertos de Fernando Henrique e Lula. Totalmente à vontade.
           Em resumo, seu projeto de governo não é de poder pelo poder. Afinal, os governantes são eleitos e pagos para servir ao país. Na proposta de Marina não cabe um líder que queira impor um destino ao povo. Ou se achar o máximo. "Temos que aprender e nos dispor a coautorias, em vez da exclusividade do feito. Essa é a liderança do século XXI."
           Ela entende que na pós-modernidade em que vivemos é preciso cada vez mais criatividade. Principalmente na educação. De que forma? Manejando o conhecimento; sem encastelá-lo ou petrificá-lo. Porque tudo neste planeta tem a ver com tudo. Olha a crise econômica europeia mostrando a necessidade de uma política social de terceira geração.
           E aqui? Marina deu seu recado de esperança. Com emoção: "Um Brasil mais justo, mais harmônico e sustentável é possível." Haja fé.

24 abril, 2010

A saída de Ciro e o retrocesso democrático

Da senadora Marina Silva (PV-AC), candidata à sucessão de Lula, em seu site.

          Qual o sentido político da democracia? É a liberdade de escolha bem informada. Numa eleição em dois turnos, como a presidencial, o primeiro foi concebido para oferecer ao eleitor um leque de alternativas políticas. A partir da diversidade de idéias e do debate entre elas, compete ao cidadão escolher as que entende serem as melhores para si e para o país.
          É particularmente perverso que esse processo, que está no cerne da democracia, seja instrumentalizado para impedir abalos na manutenção de projetos de poder. Não é admissível que se queira manipular o direito de escolha por meio da redução forçada do leque de opções.
          Assistimos agora, com o veto à candidatura de Ciro Gomes, uma expressão exemplar desse tipo de intolerância democrática. É fácil prever que os mesmos grupos que trabalharam para tirar Ciro da disputa presidencial tentarão agora assimilá-lo.
          Os que costumam agir dessa maneira são aqueles que têm dificuldade em transformar a visão democrática em ação e não admitem a alternância de poder. Primeiro, buscam eliminar os adversários que querem disputar legitimamente a preferência dos eleitores. Depois, tentam se colocar como o único hospedeiro possível para que os expurgados consigam sobreviver na vida pública.
          Aquele que foi empurrado para fora do processo passa então a ser apontado como bom companheiro, patriota, desde que aceite ser assimilado por aqueles que articularam o seu expurgo.
Perde o país, perde a democracia.
 
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