31 dezembro, 2009

Thomas Alva Edison



"Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez"

30 dezembro, 2009

2009 em Coxim - um ano para se esquecer


Findado o ano, é tempo de reflexões acerca das competências atribuídas à atual gestão que administra a cidade de Coxim. 2009, no geral, foi um ano complicado visto que houve, devido à crise mundial, uma queda geral na arrecadação de impostos, o que consequentemente refletiu numa queda dos repasses da federação aos estados e municípios.

Mato Grosso do Sul, por sua vez, é um estado exportador de commodities agrícolas e não possui uma economia diversificada, o que fez com que aqui o efeito dominó da crise fosse deveras acentuado. Para se ter uma idéia, a queda percentual em 2009 de repasses do governo federal ao estado foi de aproximados -9,5%, e em Coxim de espantosos -19,5%, em relação ao ano anterior.

Somando-se a isso, a atual gestão encontrou uma máquina desorganizada, débitos atrasados (mais de R$ 4 milhões), finanças desequilibradas com uma folha de pagamentos – a de dezembro - atrasada e o empossamento equivocado de centenas de concursados, o que onerou ainda mais os cofres públicos e a já caótica folha da prefeitura; sem falar nas ruas esburacadas, lâmpadas queimadas, dentre outros problemas.

Seria compreensível que tivéssemos um primeiro ano sem grandes expectativas quanto ao desenvolvimento dos projetos propostos em campanha, e esperássemos um início de governo em que o município buscasse o equilíbrio de suas contas implementando um verdadeiro choque de gestão, revertendo os déficits orçamentários através de uma brusca redução de despesas, conciliando estas com medidas de caráter estruturador e operacional (redução de secretarias e cargos comissionados, revisão de contratos, diminuição de despesas de luz, locações, água, telefone) para buscar um desenho institucional mais moderno, compatível com uma gestão não mais burocrática e sim gerencial.

Infelizmente, não é o que vem acontecendo. A atual administração encontra-se envolta em uma série de erros os quais considero primários, que vão desde o plano gerencial e chegam até às posições e relações políticas. As medidas tomadas para a redução do déficit orçamentário foram pífias e tímidas (para não dizer anacrônicas), e esta administração certamente que teme uma possível onda de impopularidade advinda de medidas mais bruscas... porém, é preciso mais discernimento à esta equipe, visto que o que parece impopular (demissões, redução de salários) à primeira vista, trata-se na verdade de pura racionalidade, sendo que as resistências serão menores se estas medidas forem implantadas com habilidade e transparência.

Um dos exemplos mais claros da falta de organização desta gestão é o Hospital Regional, que foi inaugurado por diversas vezes sem funcionar, de fato. A população cria expectativas e espera ter os seus problemas amenizados, mas depara-se com uma profunda demagogia que a faz, de certa forma, desacreditar na política e nos políticos. Uma candidata que se apresentou como uma alternativa viável, tendo construído ao longo da vida uma biografia fantástica, calcada no desenvolvimento de políticas públicas voltadas principalmente aos programas sociais destinados às camadas mais baixas, não pode desatinar-se como assim fez neste primeiro ano.

Nepotismo, alianças espúrias, cabide de empregos... todas são práticas descabidas que deveriam ter sido varridas de uma vez por todas da Prefeitura Municipal de Coxim e infelizmente são repetidas pela atual administração. Esta gestão, infelizmente, não faz nem o dever básico de casa e deixa parecer que a terra do Pé de Cedro está num completo abandono. As ruas, esburacadas, a prefeita, distante, a sociedade, nenhum pouco encontra portas abertas para participar, e as perspectivas, obscuras.

São estes os principais pontos negativos de reflexão que encontro neste primeiro ano em relação à atual administração de Coxim, porém este é só o primeiro de quatro anos, portanto basta que estes que governam mudem de rumo e busquem o tão sonhado equilíbrio fiscal e a reorganização institucional, gerindo não pessoas controladas, e sim pessoas comprometidas. Espero que a Dinalva não encare com mágoa este artigo, pois este não significa um rompimento, visto que comigo, um rompimento só acontece se a outra parte desalinhar-se dos interesses de Coxim, e espero que a partir deste segundo ano a prefeita peemedebista seja mais incisiva na busca pelo progresso e desenvolvimento de nossa amada e sofrida cidade.

29 dezembro, 2009

Você mesmo

Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação - é você mesmo.
Cândido Portinari

23 dezembro, 2009

A imoralidade na política brasileira (corrupção impune)


O que está acontecendo com o nosso sistema democrático? Como o mandatário do poder executivo federal comete tantas infrações e todas elas passam impunes?

Temos um presidente que lança um filme que o transforma em "mito", às vésperas de um ano eleitoral, patrocinado em mais de uma dúzia de milhões por empreiteiras e não aceita-se que falemos sobre isso. Qual o impacto que este filme terá na candidatura de Dilma Roussef? E estas empreiteiras, contribuirão com qual quantia à campanha petista (leia-se caixa 2, também). Sem falar na quantidade de dinheiro público que foi destinado à esta grandiosa "obra" cinematográfica.

Um pouco menos desapercebida, porém não menos importante, foi a destinação de outra dúzia de milhões da Telemar para a empresa Gamecorp, do filho do presidente Lula. Coincidentemente, a mesma Telemar foi vencedora de uma série de concessões e privilegiada em contratos com o governo federal. O caso foi abafado.

Como diz o Mainardi, Lula é uma anta; uma anta muito esperta, diga-se de passagem. Este presidente, sempre envolto em infrações - um camaleão confesso - já fora um antigo paladino da ética, mas quando deparado com um dos maiores escândalos de corrupção da história do nosso país, declarava não saber de absolutamente nada e tentava ao máximo desalinhar-se do seu partido, encravando uma idéia de que as atitudes dos teus mais próximos companheiros não estavam em nada relacionadas a ele. Baboseira! Culpa da governabilidade? Talvez, mas ainda creio eu que os fins não justificam os meios e como republicano que sou, acredito que a melhor forma para que um presidente governe está lastreada ao espírito-mór dos princípios republicanos - a ideologia. Há tempos que o poder executivo não consegue manter uma relação de paridade entre os poderes, mas o "nosso guia" chegou ao limite. Primeiramente, governando através de mesadas, comprando boa parte do ambicioso Parlamento brasileiro; nos dias atuais, governa através do cabide, empregando indiscriminadamente membros nos mais altos cargos da federação, sem quaisquer compatibilidades técnicas. É um governo que se diz grandioso, que usa um discurso demagogo quando amplia o número de cargos no governo ("ampliamos porque o Brasil precisa crescer, ampliamos para atender à demanda"), é um governo incompetente e que só se sustenta porque também usa indiscriminadamente o poder das bolsas e vem embalado pelos louros da econômia de seu antecessor.

Levanta-te Brasil! Abra teus olhos e acorde. Não podemos tolerar a corrupção e o descaso com a nossa Pátria. Chega de demagogia... avancemos!

07 outubro, 2009

Edgar Allan Poe



Na ética o mal é uma conseqüência do bem, assim na realidade da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angustia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem nos êxtases que poderiam ter siso.

O renascimento do Rio


É incrível com o anúncio do Rio como sede das olímpiadas de 2016 trouxe um quê de esperança e revigorou não só a auto-estima carioca, mas também a nacional. Todo país tem uma cidade-símbolo, e muitas vezes este não é a capital: os EUA tem Nova Iorque, a Austrália tem Sidney e o Brasil tem o Rio.

Infelizmente, nas últimas décadas, o Rio sofreu um declínio constante, fruto também da mudança da capital da República para Brasília, mas causado principalmente pelo descaso público e pela falta de planejamento e criação de novas alternativas. Os resultados disso foram a favelização, o aumento da violência (a ausência do estado em determinadas regiões), o caos nos transportes públicos, resultando numa forte degradação da imagem da cidade interna e externamente.

Porém, com o amadurecimento democrático e a união dos poderes vindos recentemente, percebe-se um engajamento nacional na restauração da imagem e no combate aos males que afligem a cidade queridinha do Brasil.

O nosso país vem progredindo e ganhando voz e vez nas questões mundiais... exatamente da periferia para o centro! A estabilidade econômica e o fortalecimento das instituições parecem ser a alma do nosso progresso, e acredito que estes fatores foram sim os responsáveis pela eleição do Rio. É uma chance tremenda para que o nosso país mostre ao mundo a que veio, mostre ao mundo um novo Brasil, um Brasil cheio de virtudes e constituído por um povo heterogêneo e vibrante.

Só espero que com a abertura deste portal para o Olimpo aproveitemos esta chance ímpar para a desburocratização, num processo transparente para que haja uma excelente fiscalização nas obras que virão e na certeza de que essas Olímpiadas deixarão um legado para o município e para a nação. Nível Barcelona, no mínimo!

29 setembro, 2009

Sr. Brasil



"Minha terra é uma grande pessoa
Meu país é a criança pura, boa, inocente
É também o sofrido adolescente
Ou então o jovem combativo e sonhador

E agora, em tempo novo, redivivo
Este meu país se prepara em tom definitivo
Para ser tratado de senhor
Senhor BRASIL"
Rolando Boldrin

28 setembro, 2009

André Puccinelli e seu temperamento



Já há algum tempo o temperamento do governador André Puccinelli (PMDB-MS) vem chamando a atenção pela ímpar explosividade e pelos constrangimentos causados àqueles que por ele são representados. O exercício de um cargo público requer o discernimento-mor do representante para o fato de que este simboliza toda uma gente, e quaisquer gestos estarão diretamente associados a estes representados.
Recordo-me principalmente de três gestos, um como prefeito e dois como governador. (1) Dr. André agrediu fisicamente um manifestante durante um ato público na periferia de Campo Grande, ao ser ofendido e contrariado; (2) série de agressões verbais aos adversários matogrossenses e cuiabanos durante a disputa entre as duas capitais para sediarem a Copa do Mundo; (3) agressão verbal ao ministro Carlos Minc, chamando-o de viado e maconheiro e ameaçando-o de estupro em praça pública caso ele fosse a Campo Grande.
O governador precisa ter auto-controle, ser mais racional e medir melhor suas atitudes e palavras. Seus gestos são incabíveis e incompatíveis para com o tratamento digno e o respeito que devemos ter com o próximo. Governador, não são em xingamentos e ofensas que deve-se iniciar um debate e revidar uma discussão, mas sim no explanamento de idéias, mostrando que a que tens é viável, coerente e compatível com determinada situação.
É lamentável que um governador tão vigoroso, competente no exercício de sua administração e dedicado à reestruturação econômica de MS (após o caos deixado por José Orcírio) deixe-se levar por seus destemperos. Por isso, meu governador, te peço: vá pescar em Coxim quando se sentir enraivecido... ali o senhor pode buscar inspirações inimagináveis para replicar seus adversários.

27 setembro, 2009

Lei do Ventre Livre - 138 anos



"Reconstruir o Brasil sobre o trabalho livre e a união das raças na liberdade."
Joaquim Nabuco

24 setembro, 2009

Inauguração do Hospital Regional Álvaro Fontoura prevista para 05 de novembro


Após muitos adiamentos, parece que agora é em definitivo. Foi previsto pela secretaria estadual de Saúde e pela fundação recém-criada para gerir o hospital, que este será inaugurado no dia 05 de novembro de 2009, atendendo a um antigo sonho da população da região norte de MS.

O hospital terá 90 leitos, 4 salas de cirurgia e 10 UTI's, com capacidade para atender cerca de 500 pessoas por dia, em casos de pequena e média complexidades . No entanto, no início de suas operações, funcionará apenas com metade de sua capacidade instalada (serão disponibilizados 45 leitos e 3 salas de cirurgia). Ainda não se sabe claramente o que será feito da Santa Casa de Coxim, nem de seus funcionários, mas torçamos para que a estrutura deixada não fique inutilizada, mas seja transformada em maternidade ou tenha alguma outra utilidade.

Já com relação aos funcionários, esperamos que todos eles sejam realocados, capacitados (se for o caso) e que mais sejam contratados para que a população tenha uma melhor qualidade nos serviços. A Santa Casa deixa uma série de dívidas, e dentre elas algumas muito intrigantes, como é o caso do recolhimento do INSS na fonte e o não repasse à Previdência (isso ocorre há cerca de uma década!). Essas perguntas precisam ser respondidas, pois é certo que este dinheiro vai pra algum lugar. Para ser bem sincero, acho até que a entidade mantenedora (Lions Club) mereça passar por uma auditoria para que estas irregularidades sejam averigüadas.

Quanto ao tratamento que o Estado e o município têm dado aos médicos de Coxim, é necessário que uma séria de ressalvas sejam feitas, para que assim se construa uma nova história entre ambas as partes. O salário dos doutores é atrasado todo o mês, e além disso é mal-pago. Há uma fuga de médicos de Coxim e só aqueles muito persistentes e antigos permanecem; basta observar, por exemplo, o declínio no número de médicos no quadro de plantonistas. Instalou-se um ciclo vicioso prejudicial à categoria, à população e aos responsáveis pela gestão. A categoria não tem seu trabalho reconhecido/valorizado, a população não é bem atendida e o caos na saúde da cidade é creditado aos gestores.

A classe médica precisa ser mais unida, para cobrar e reinvidicar... em Coxim e região não temos sequer um conselho que a represente. Tem de se bater o pé para as condições de trabalho, sobrecarga de serviços e desgastante desvalorização da classe perante à sociedade. A classe, por sua vez, precisa evoluir, ir além, em busca da informação e do conhecimento, indo de encontro ao que acontece na Medicina ao redor do mundo. Assim é que se vive um mundo globalizado, seja no Rio de Janeiro, Chicago ou Coxim. Cada região tem suas peculiaridades e problemas, e é fato que todos nós devemos conhecê-los para que assim possamos aproveitá-los e combatê-los, se for o caso.

A sociedade, por sua vez, precisa abandonar de vez o conformismo e a alienação. A classe média do Brasil, por exemplo, prefere pagar um plano de saúde do que reinvidicar uma saúde pública de melhor qualidade. Já a classe alta ignora os problemas, sendo que classe baixa, coitada, sofre por completo, porém sem reclamar. Pagamos impostos, poxa... a carga tributária brasileira é uma das mais altas do mundo (cerca de 35%), coisa de país rico europeu, mas sem seus benefícios. Existe o dinheiro, ele está ali, mas é mal distribuído e mal administrado.

O problema da distribuição no Brasil é uma metáfora: o dinheiro sai do governo federal e passa por uma série de canos enferrujados... a esses canos chamamos de CORRUPÇÃO. Sobre isto, falamos uma outra hora.

Em síntese, o que quero deixar claro é que somente com idéias, discussões, incentivos e reformas é que se constrói uma sociedade mais justa à vontade de todos. Avante, Coxim!

22 setembro, 2009

A necessidade da restauração da democracia em Honduras


Desenrola-se já há alguns meses uma grave crise política em Honduras, que incrivelmente hoje culminou com o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya à Tegucigalpa através de um abrigo concedido pela embaixada brasileira no país.

Zelaya foi preso e exilado há 3 meses, justamente no dia em que seria realizada uma consulta popular à população sobre a necessidade da convocação da assembléia nacional afim de votar uma nova constituição política. Para que se realize uma consulta deste tipo, é necessária a aprovação do Congresso Nacional e da Suprema Corte e estas não concederam a autorização alegando uma subversão da ordem constitucional vigente; mesmo desautorizado, Zelaya manteve a consulta e demitiu o chefe do Estado Maior. Este não acatou a demissão e formou um grupo de apoio sustentado pelos demais comandantes, Congresso e Judiciário. Zelaya foi preso e posto num avião com destino à Costa Rica, além de ser acusado de trair a Pátria.

É necessário salutar que o país está rachado e sua democracia encontra-se seriamente comprometida. Ambas as partes se cobriram de anti-democracia e o país com maior influência sobre Honduras (EUA) não investiu diplomaticamente para que eleições fossem convocadas. Depende do governo "golpista" uma abertura de diálogo com Zelaya e cabe ao povo a escolha de seu representante, portanto instalou-se uma oportunidade única, com o retorno de Zelaya, para que a democracia seja restaurada através da legitimidade de uma eleição... pelo povo, para o povo.

"Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos".
Winston Churchill
Foto: CEBRAPAZ

20 setembro, 2009

Festival do Rio 2009


A edição 2009 do maior festival de cinema da América Latina começa agora dia 24 de setembro e vai até 8 de outubro, com 310 filmes em 25 salas de projeção. O púbico terá à sua disposição mais de 300 longas e curtas metragens, vindos de aproximadamente 60 países, nas mostras Premiere Brasil, Panorama Mundial, Expectativa, Limites e Fronteiras, Mostra Geração, Dox, Midnight Movies,, Mundo Gay e Pocket Films, entre outras. Vale ressaltar que os passaportes disponibilizados para compra pela web já se encontram esgotados, portanto fiquem atentos às emissões futuras (http://twitter.com/festivaldorio09).

Antecipo aqui os longas que pretendo assistir neste ano na mostra Panorama do Cinema Mundial:
- "Bastardos Inglórios" de Quentin Tarantino, com Brad Pitt e Diane Kruger. Sim, o Tarantino vem ao festival!
- "O Desinformante" de Steven Soderbergh, com Matt Damon.
- "Abraços Partidos" de Pedro Almodóvar, com Penélope Cruz.

Quanto aos filmes tupiniquins, ainda não decidi-me.

19 setembro, 2009

O fator Marina da Silva


2010 se aproxima e as lideranças nacionais começam a movimentar suas peças no xadrez da política nacional. O PT tenta alavancar a candidatura de Dilma Rousseff, a toda-poderosa ministra da Casa Civil. Dilma tem como pontos fortes sua forte militância no período ditatorial, sua passagem destacada por méritos técnicos e gerenciais como ministra das Minas e Energias e posteriormente, Casa Civil, e a astronômica popularidade do presidente Lula. Porém, os último escândalo envolvendo diretamente seu nome a uma suposta pressão sobre uma secretária da Receita Federal (Lina Vieira) para que "apressasse" investigações nas empresas do grupo Sarney, fez com que fosse vista com outros olhos perante a opinião pública. O governo tem uma última chance nos próximos meses para melhorar a imagem de sua candidata à sucessão, apagando a imagem de autoritária e trazendo novamente a Dilma eficiente e técnica.

Ainda na situação, tem-se o nome de Ciro Gomes (PSB). Mais conhecido nacionalmente e com um discurso afinado, Gomes tenta mostrar à base aliada que é o nome com mais condições para enfrentar um adversário tucano. Tem como pontos fortes ser nordestino, ter disputado por duas vezes a presidência (3º lugar em 1998 e 4º lugar em 2002), e ser um candidato capaz de convergir simpatizantes tanto da esquerda socialista, quanto da direita conservadora. No entanto, seus pontos mais fracos são suas próprias atitudes, pois demonstra ter uma personalidade agressiva e temperamental, tendo em seu passado atitudes oportunistas e paradoxais, lembrando muito o ex-presidente Fernando Collor. Gomes aposta na não decolagem da candidatura de Dilma, para que assim firme-se como o candidato à sucessão do presidente Lula.

Já a oposição tucana aparece com uma dificuldade de escolha não por não ter um nome certo para apresentar, mas sim por ter dois: José Serra e Aécio Neves. Serra tem uma biografia impecável, foi prefeito e governador de SP, destacado ministro da Saúde de FHC, e dos candidatos é o que apresenta menor índice de rejeição. Conhecido nacionalmente e com forte popularidade no estado mais rico e populoso da nação, Serra tem como fraquezas sua suposta falta de carisma e sua idade (terá 68 anos em 2010). Já o mineiro Aécio Neves vem de uma família tradicional na política e levou às Minas Gerais uma forte administração marcada por um excelente choque de gestão político-administrativa. Enxugou a máquina pública, fomentou o plano de carreiras, fez parcerias público-privadas e teve como resultados uma drástica mudança no governo de Minas Gerais, que hoje é um dos estados exemplares em se tratando de gestão. Além de seu vistoso governo em MG, Aécio tem como pontos fortes a sua capacidade de agregar, seu carisma e sua influência. Já seus pontos fracos vão desde a própria cúpula paulista tucana até seu suposto controle da imprensa mineira, tido como perigoso e opressor por muitos.

Corre paralelo o lançamento pelo PV da dissidente petista Marina Silva, que vem como uma candidata alternativa que busca quebrar a hegemonia tucano-petista dos últimos 16 anos. Marina foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula e é senadora pelo Acre. Tem em sua história uma biografia de dificuldades, vitórias e perseverança, com influências de Chico Mendes, dentre outros. Ideologista, traz o desenvolvimento sustentável à tona, chamando a atenção e olhares para um problema pouco discutido nas últimas campanhas presidenciais. A candidata verde vem como uma incógnita, mas certamente "tirará" votos da base aliada e terá como simpatizantes boa parte da esquerda socialista, porém há grande risco de que com Marina se repita o que aconteceu com Cristovam Buarque em 2006 (o candidato veio com um discurso repetitivo e deveras cansativo, chamando a atenção para um grave problema nacional, mas não necessariamente arrematando votos).

Acredito que nesta eleição o fator Marina da Silva é um ponto decisivo e se vir com uma política bem coordenada, podemos ter no Brasil um processo semelhante ao que aconteceu com Barack Obama nos EUA. Esperemos pra ver!

18 setembro, 2009

Bienal do livro: compensa?


Saio do Posto 10 de Ipanema num domingo ensolarado do Rio de Janeiro para visitar a Bienal do Livro no longínquo RioCentro. Trânsito chato, ainda mais pra mim, que compartilho com os cariocas (da Zona Sul) a visão de que o Rio só vai do Leblon até a Lapa.

No caminho, má sinalização, motoristas agressivos e mal-educados, e olha que eu fui de carro! Olhando pela janela, busquei um consolo na constatação de que os transportes de massa estavam lotados tal qual polvos numa caldeira de paella. Pois bem, chegando lá, estacionamos (R$14,00 a bagatela) e tive o desprazer de pagar a inteira (R$12,00) do bilhete por ter esquecido-me de levar a carteira de estudante.

Com o mapa do evento na mão e um céu de livros caindo sobre mim, fui em busca dos meus tesouros preciosos. Record, Cia das Letras, Moderna, Sextante e dezenas de outras editoras se faziam presentes no evento, alocadas em três enormes pavilhões, trazendo lançamentos e clássicos. Na minha lista constavam os livros Outono do Patriarca (Gabriel G. Marquez), Paciente Particular (P. D. James), Manual da Clínica Médica e algum outro fator surpresa a ser escolhido por lá.

Decepcionei-me com os preços, principalmente com os da lindíssima estande da Cia. dos Livros, e vou além, contando-lhes a minha maior frustração... foi feita uma enorme propaganda destacando um desconto a ser dado em cada estande, no valor da entrada ou estacionamento, caso sua compra ultrapasse os R$50,00. Na verdade, descobri que a promoção não era válida para todas as estandes (eles não frisaram isso) e não encontrei uma lista das estandes que aderiam à promoção. Enganosos, não?

Acabei levando dois livros, e nenhum daqueles citados acima: Olhos de Cão Azul (Gabriel G. Marquez) e Doutor Jivago (Boris Pasternak). Quanto à praça da alimentação, era cara e ruim. Demorei horas para escolher qual das opções seria a "menos pior" e fui na corrente da mais disputada, a de pastéis (um pastel encharcado de gordura e com uma massa horrorosa por R$4,50).

Não pude assistir à palestra a qual pretendia (Zuenir Ventura, da periferia para o centro), pois não haviam mais senhas. Talvez esta valesse o desembolso. Cheguei em casa e o relógio já contava além da primeira hora da segunda-feira, e com as minhas reflexões tive a conclusão de que uma ida aos sebos do Rio é bem mais vantajosa do que prestigiar esta Bienal nada inovadora de 2009 no Rio.

26 fevereiro, 2009

Monólogo de Orfeu




Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa
O meu peito em soluços! Te enrustiste
Em minha vida; e cada hora que passa
É mais por que te amar, a hora derrama
O seu óleo de amor, em mim, amada...
E sabes de uma coisa? Cada vez
Que o sofrimento vem, essa saudade
De estar perto, se longe, ou estar mais perto
Se perto, – que é que eu sei! Essa agonia
De viver fraco, o peito extravasado
O mel correndo; essa incapacidade
De me sentir mais eu, Orfeu; tudo isso
Que é bem capaz de confundir o espírito
De um homem – nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga
Esse contentamento, essa harmonia
Esse corpo! E me dizes essas coisas
Que me dão essa força, essa coragem
Esse orgulho de rei. Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música!
Nunca fujas de mim! Sem ti sou nada
Sou coisa sem razão, jogada, sou
Pedra rolada. Orfeu menos Eurídice...
Coisa incompreensível! A existência
Sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos. Tu
És a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo, minha amiga
Mais querida! Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura! Quem
Poderia pensar que Orfeu: Orfeu
Cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres - que ele, Orfeu
Ficasse assim rendido aos teus encantos!
Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho que eu vou te seguindo
No pensamento e aqui me deixo rente
Quando voltares, pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo!
Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo!
Vinícius de Moraes

Foto - Créditos: Cristina Carriconde
http://www.flickr.com/people/ccarriconde/

18 fevereiro, 2009

A corrupção na política brasileira



Atingida, seja diretamente, ou por omissão! Assim sente-se boa parte da classe política em função da última entrevista concedida pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à Revista Veja. Jarbas criticou duramente os partidos políticos, afirmando que estes estão mergulhados na corrupção e no clientelismo e mostrou-se indignado, declarando que seu partido "é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem norte e no qual boa parte quer mesmo é corrupção". Vasconcelos e Pedro Simon (PMDB-RS) fazem parte de uma ala do PMDB que não está alinhada ao governo Lula; ele rompeu com o governo após os primeiros indícios que deram origem ao escândalo do Mensalão em 2005.

O PMDB hoje é o partido com maior número de governadores, deputados federais, senadores, prefeitos e vereadores, mas em seu quadro de filiados não há um nome sequer que demonstre ter condições políticas de disputar a presidência da república. Mesmo assim, imenso, o partido não demonstra disposição alguma para discutir com suas bases partidárias uma linha ideológica a ser seguida, e abstem-se desta discussão, pois prefere barganhar ministérios e verbas aliando-se ao governo federal.

É senso comum que o governo federal, sem o PMDB, torna-se inviável... não age, nem reaje. O governo Lula, montado na popularidade de seu líder, deveria ter aproveitado a oportunidade de formular/apresentar uma reforma política que atacasse os males crassos que impregnam as raízes mais profundas do regimento político brasileiro. Somos uma república e o chefe de estado/governo deveria interagir de maneira republicana com o Congresso Nacional, e este deveria ser soberano, legislar (e não deixar que o poder executivo o faça), cumprindo o dever de representar os mais diversos setores da sociedade. Faltam ideologia, fidelidade, moralidade, dever cívico e bom senso; sobram falcatruas, clientelismo, mal-caratismo, corrupção e muito mais. Falta DEVER REPUBLICANO.

"A República não precisa de fazer-se terrível, mas de ser amável; não deve perseguir, mas conciliar; não carece de vingar-se, mas de esquecer; não tem que se coser na pele das antigas reações, mas que alargar e consolidar a liberdade."
Ruy Barbosa

Crítica ao jornal eletrônico "Edição de Notícias"



Extraído da crítica enviada ao site em 18/02/2009

Como já dizia o "Águia de Haia" (Ruy Barbosa): "a imprensa é o dever da verdade".
Há muito tenho acompanhado este correio de notícias regionais, pois interesso-me pelos assuntos cotidianos referentes à localidade que é meu berço e parte da história da minha família. Sei bem que adotamos o regime democrático, e é natural que sejamos livres para expressar e formar opiniões, pois existem infinitas minorias, que somadas formam a miscigenação racial e intelectual que é o povo brasileiro. Pois bem, venho aqui "dar minha cara a tapa" para criticar severamente o site Edição de Notícias, não simplesmente por considerá-lo tendencioso (está explícito que o é, e tem o direito ser), mas sim por enxergar nitidamente as relações mancomunadas e obscuras que este tem com determinadas classes políticas. Seus editores, não contentes em receber por debaixo e por cima do pano, perseguem ferozmente variados setores da sociedade, seguindo orientação de seus sustentadores. Não debatem, incriminam, não averiguam os fatos, mas julgam, não estudam, maqueiam. Ah, e tanto há para criticar... há muito o que cobrar!

Coxim e região tem uma série de problemas históricos que merecem uma reflexão mais profunda, um debate mais amplo, e certamente uma cobrança e fiscalização mais vorazes. Será que não é chegada a hora de termos uma imprensa mais comprometida e menos alienada? Não é de hoje que temos um jornaleco servindo de interesse à uma classe política; com o Kohl foi (é) assim, com o Mochi também. Há tempo para mudanças, todos devemos amadurecer, nunca é tarde para darmos uma repaginada em nossas vidas e mudarmos para um caminho melhor. Finalizo, deixando uma citação daquele a quem rebusquei e me inspirei para começar esta crítica: "A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que ameaça."

26 janeiro, 2009

Por Causa de Você



Amor e paixão são coisas bem distintas. Eu vivo me apaixonando pelas pessoas, mas na maioria das vezes tenho este meu sentimento apavorante findado. Já o amor, nutro por poucos, porém este é eterno. Pena que só a paixão, sem a calma do amor, é que dá sentido à minha vida.

POR CAUSA DE VOCÊ
Composição: (Tom Jobim e Dolores Duran)

"Ah, você está vendo só do jeito que eu fiquei

E que tudo ficou

Uma tristeza tão grande nas coisas mais simples

Que você tocou

A nossa casa querido já estava acostumada
Aguardando você
As flores na janela sorriam, cantavam
Por causa de você
Olhe, meu bem, nunca mais nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho, nós somos o amor
Entre meu bem, por favor
Não deixe o mundo mau te levar outra vez

Me abrace simplesmente

Não fale, não lembre

Não chore meu bem"
 
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