04 setembro, 2008

História e Reparação




A história política de nosso varonil país é cheia de ilusões e desenganos. Virou rotina deixarmos muitos dos construtores da Pátria Amada ao relento escuro e solitário de um passado olvidado. Maurício de Nassau, Bento Gonçalves, Ruy Barbosa e Roberto Campos são alguns dos nomes que representam biografias ora comprimidas, ora deturpadas. Por estes, a mão do tempo mostrou-se impiedosa; eles, sapiens que tiveram o sortilégio de nascerem numa era enganada. Malquisto espírito progressista que plantou estes homens dotados desta característica num tempo desajeitado. Porém, a magnitude destes bravos encontra-se solidamente enraizada nas camadas mais profundas de nossa herança (refiro-me à bendita).

Em virtude de hoje comemorarmos o casamento de nossa saudosa Majestade Imperial, dom Pedro II, com Dona Tereza Cristina, venho aqui prestar minha homenagem a este patrono tupiniquim.

Inventor, apoiador da cultura, grande estrategista bélico, pai das comunicações e dos transportes brasileiros, amante da Filosofia e Sociologia, podem ser estes alguns dos títulos grandiosos pertencentes à Sua Majestade. Fora, além de tudo, um abolicionista. Assim melhor explica Heitor Lara:

“O inspirador da campanha [abolicionista], o estrategista dela, a alma do movimento, aquele que buscara o general [Presidente do Conselho de Ministros] e o colocara na frente das hostes [Assembléia Geral], que lhe armara o braço e o prestigiara na avançada, com uma decisão sempre firme, constante, fiél - fora o Imperador."

Nos campos sociais, o heróico; criou e reformulou escolas e universidades, deixando mais de três milhares de escolas. No cientificismo, era o ilustre apaixonado pelas pesquisas; correpondia-se com as mais importantes instituições e pesquisadores do planeta, sendo que chegou a destinar capitais vultuosos às pesquisas de Louis Pasteur, antes que este fosse reconhecido em sua terra natal, a França.

Visionário, foi o imperador o responsável pela alavancada industrial de nosso país. Saliento que também foi ele o primeiro a preocupar-se com a nossa fauna e flora, e por isso, replantou toda a área degradada pela cultura do café, onde hoje se encontra a maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca.

Pergunto: há biografia maior do que esta em toda nossa história? Não!

E como o tratamos? Com uma expulsione nada sensitiva e cheia de enleios. Mesmo ele acatando o movimento republicano e reprimindo movimentações pró-monárquicas, nossos "bravos" marechais esculacharam-no para um exílio sórdido e deprimente. Pedro II morreu em Paris no dia 5 de Dezembro de 1891, no Hotel Bedford. Revogada a lei do Banimento, em 1921, seus restos mortais foram transportados para o Brasil e repousam na Catedral de Petrópolis, cuja construção teve início sob seu patrocínio.

Cabe a nós um agradecimento misturado com remorso, a este Pedro de Alcântara, um dos construtores do Brasil. Salve Sua Majestade Imperial, dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.


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