30 dezembro, 2009

2009 em Coxim - um ano para se esquecer


Findado o ano, é tempo de reflexões acerca das competências atribuídas à atual gestão que administra a cidade de Coxim. 2009, no geral, foi um ano complicado visto que houve, devido à crise mundial, uma queda geral na arrecadação de impostos, o que consequentemente refletiu numa queda dos repasses da federação aos estados e municípios.

Mato Grosso do Sul, por sua vez, é um estado exportador de commodities agrícolas e não possui uma economia diversificada, o que fez com que aqui o efeito dominó da crise fosse deveras acentuado. Para se ter uma idéia, a queda percentual em 2009 de repasses do governo federal ao estado foi de aproximados -9,5%, e em Coxim de espantosos -19,5%, em relação ao ano anterior.

Somando-se a isso, a atual gestão encontrou uma máquina desorganizada, débitos atrasados (mais de R$ 4 milhões), finanças desequilibradas com uma folha de pagamentos – a de dezembro - atrasada e o empossamento equivocado de centenas de concursados, o que onerou ainda mais os cofres públicos e a já caótica folha da prefeitura; sem falar nas ruas esburacadas, lâmpadas queimadas, dentre outros problemas.

Seria compreensível que tivéssemos um primeiro ano sem grandes expectativas quanto ao desenvolvimento dos projetos propostos em campanha, e esperássemos um início de governo em que o município buscasse o equilíbrio de suas contas implementando um verdadeiro choque de gestão, revertendo os déficits orçamentários através de uma brusca redução de despesas, conciliando estas com medidas de caráter estruturador e operacional (redução de secretarias e cargos comissionados, revisão de contratos, diminuição de despesas de luz, locações, água, telefone) para buscar um desenho institucional mais moderno, compatível com uma gestão não mais burocrática e sim gerencial.

Infelizmente, não é o que vem acontecendo. A atual administração encontra-se envolta em uma série de erros os quais considero primários, que vão desde o plano gerencial e chegam até às posições e relações políticas. As medidas tomadas para a redução do déficit orçamentário foram pífias e tímidas (para não dizer anacrônicas), e esta administração certamente que teme uma possível onda de impopularidade advinda de medidas mais bruscas... porém, é preciso mais discernimento à esta equipe, visto que o que parece impopular (demissões, redução de salários) à primeira vista, trata-se na verdade de pura racionalidade, sendo que as resistências serão menores se estas medidas forem implantadas com habilidade e transparência.

Um dos exemplos mais claros da falta de organização desta gestão é o Hospital Regional, que foi inaugurado por diversas vezes sem funcionar, de fato. A população cria expectativas e espera ter os seus problemas amenizados, mas depara-se com uma profunda demagogia que a faz, de certa forma, desacreditar na política e nos políticos. Uma candidata que se apresentou como uma alternativa viável, tendo construído ao longo da vida uma biografia fantástica, calcada no desenvolvimento de políticas públicas voltadas principalmente aos programas sociais destinados às camadas mais baixas, não pode desatinar-se como assim fez neste primeiro ano.

Nepotismo, alianças espúrias, cabide de empregos... todas são práticas descabidas que deveriam ter sido varridas de uma vez por todas da Prefeitura Municipal de Coxim e infelizmente são repetidas pela atual administração. Esta gestão, infelizmente, não faz nem o dever básico de casa e deixa parecer que a terra do Pé de Cedro está num completo abandono. As ruas, esburacadas, a prefeita, distante, a sociedade, nenhum pouco encontra portas abertas para participar, e as perspectivas, obscuras.

São estes os principais pontos negativos de reflexão que encontro neste primeiro ano em relação à atual administração de Coxim, porém este é só o primeiro de quatro anos, portanto basta que estes que governam mudem de rumo e busquem o tão sonhado equilíbrio fiscal e a reorganização institucional, gerindo não pessoas controladas, e sim pessoas comprometidas. Espero que a Dinalva não encare com mágoa este artigo, pois este não significa um rompimento, visto que comigo, um rompimento só acontece se a outra parte desalinhar-se dos interesses de Coxim, e espero que a partir deste segundo ano a prefeita peemedebista seja mais incisiva na busca pelo progresso e desenvolvimento de nossa amada e sofrida cidade.

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