18 fevereiro, 2009

A corrupção na política brasileira



Atingida, seja diretamente, ou por omissão! Assim sente-se boa parte da classe política em função da última entrevista concedida pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à Revista Veja. Jarbas criticou duramente os partidos políticos, afirmando que estes estão mergulhados na corrupção e no clientelismo e mostrou-se indignado, declarando que seu partido "é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem norte e no qual boa parte quer mesmo é corrupção". Vasconcelos e Pedro Simon (PMDB-RS) fazem parte de uma ala do PMDB que não está alinhada ao governo Lula; ele rompeu com o governo após os primeiros indícios que deram origem ao escândalo do Mensalão em 2005.

O PMDB hoje é o partido com maior número de governadores, deputados federais, senadores, prefeitos e vereadores, mas em seu quadro de filiados não há um nome sequer que demonstre ter condições políticas de disputar a presidência da república. Mesmo assim, imenso, o partido não demonstra disposição alguma para discutir com suas bases partidárias uma linha ideológica a ser seguida, e abstem-se desta discussão, pois prefere barganhar ministérios e verbas aliando-se ao governo federal.

É senso comum que o governo federal, sem o PMDB, torna-se inviável... não age, nem reaje. O governo Lula, montado na popularidade de seu líder, deveria ter aproveitado a oportunidade de formular/apresentar uma reforma política que atacasse os males crassos que impregnam as raízes mais profundas do regimento político brasileiro. Somos uma república e o chefe de estado/governo deveria interagir de maneira republicana com o Congresso Nacional, e este deveria ser soberano, legislar (e não deixar que o poder executivo o faça), cumprindo o dever de representar os mais diversos setores da sociedade. Faltam ideologia, fidelidade, moralidade, dever cívico e bom senso; sobram falcatruas, clientelismo, mal-caratismo, corrupção e muito mais. Falta DEVER REPUBLICANO.

"A República não precisa de fazer-se terrível, mas de ser amável; não deve perseguir, mas conciliar; não carece de vingar-se, mas de esquecer; não tem que se coser na pele das antigas reações, mas que alargar e consolidar a liberdade."
Ruy Barbosa

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