09 março, 2010

Para onde vamos?

    As eleições para cargos nos poderes executivo e legislativo do ano de 2010 aproximam-se e, em função disto, lanço a seguinte pergunta à população nortista sul-matogrossense e a seus líderes: para onde vamos? Até quando as ambições individuais de nossos líderes transporão as necessidades coletivas? A finalidade desta pergunta, na verdade, vem de outra pergunta: quais são os candidatos à Câmara dos Deputados da histórica região do Alto Taquari? Esta pergunta, infelizmente, encontra como resposta um silêncio velado em forma de vácuo.
    Há exatos 22 anos não elegemos um representante "nosso" para o Congresso Nacional!. Quando falo nosso, refiro-me a um indivíduo com raízes fincadas, ligado à região, com domicílio eleitoral, residência e família fixada neste local. O que temos hoje são em sua grande maioria usurpadores, indivíduos que se aproveitam da nossa região e nos seduzem com falsas ilusões para amealhar elegibilidade em forma de votos, os quais  não parecem ser suficientes em suas terras de origem. 
   Analisemos bem... a microrregião do Alto Taquari é composta por 8 municípios (Alcinópolis, Camapuã, Coxim, Figueirão, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora), totalizando aproximados 85 mil eleitores em uma população de 117 mil habitantes. Desde a criação do estado, em 77, realizaram-se 7 eleições para deputado federal em MS, sendo que só na primeira delas tivemos um representante (João Leite Schimidt, em 78, pela ARENA, foi eleito com 33.944 votos). Um verdadeiro absurdo, ainda mais se colocarmos em conta que nas outras não houveram sequer candidaturas lançadas, exceto por algumas minguadas e inexpressivas.
   Somos a região mais isolada do estado, apesar do nosso processo de povoamento ser um dos mais antigos, em função de estarmos na rota dos bandeirantes que buscavam as minas de ouro de Cuiabá. Temos as maiores carências estaduais no que tange à mão-de-obra qualificada, economia diversificada, exploração de potencialidades, logística, infra-estrutura, capacidade de investimento do setor público - poder municipal, etc.; por muitos anos estamos de certa forma relegados ao esquecimento, porém somos muito bem lembrados na hora da cobrança dos impostos e das eleições. Nossa participação no governo e na assembléia estadual são ínfimos; é fato que somos minoria, mas nossa constituição ampara e dá voz a todas as minorias, e somadas estas minorias de todos estes municípios, formamos uma região com um peso importantíssimo para o estado.
    Acredito sinceramente que os maiores culpados pela nossa estagnação política e econômica são a nossa pouca consciência na escolha do voto, a falta de união da nossa gente e o escasso senso de coletividade do qual carecem nossos representantes; precisamos de líderes que compartilhem dos mesmos anseios e angústias pelos quais padecemos!
    Felizmente, nas últimas eleições, conseguimos com muita competência transgredir este marasmo elegendo Oswaldo Mochi Junior (PMDB) nosso representante na Assembléia Estadual, o que facilitou de certa forma a tramitação de discussões dos nossos problemas naquela casa. É necessário salutar que Mochi dispõe de grande influência junto ao governador, despachando muitas vezes de seu gabinete, como é costume dizer; é um competente parlamentar, excelente orador e organizado em suas estratégias, portanto, pode trazer algumas benesses à região, principalmente quando trata-se de uma maior agilidade advindas da desburocratização de empenhos e ganho em influências.
    O que eu não entendo é porquê ora bolas o PSB almeja lançar seu maior rival, Moacir Kohl, à Assembléia. É uma atitude que eu interpreto como ilógica e imatura, fruto de uma disputa irracional que os dois vêm travando no poder desde que romperam. Este cisma não faz bem à região, e é necessário que advertamos nossos líderes para que eles pensem num projeto maior para o nosso povo, e deixem de lado este litígio incoerente em pról de uma causa maior. Seria interessante termos dois representantes numa casa de leis estadual, porém seria fantástico que tivéssemos um representante na casa de leis federal, e outro na estadual e tanto o nome de Moacir, quanto o de Junior, mostraram-se de certa forma aptos, por suas boas  biografias, a pleitearem quaisquer destas vagas.
    Einstein já dizia que "o único homem que está isento de erros, é aquele que arrisca acertar". Clamemos por líderes que arrisquem a ir longe, para que descubram quão longe pode-se ir.

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