Mostrando postagens com marcador PT. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PT. Mostrar todas as postagens

04 maio, 2010

Construir sem demagogia (é tempo de reavaliar as diferenças e críticas recíprocas entre PSDB e PT)

Por Fernando Henrique Cardoso

          Época de campanha eleitoral é propícia à demagogia. Pode servir também para a construção de um país melhor se os líderes políticos tiverem grandeza. O embate entre PSDB e PT já dura 17 anos, desde o governo Itamar, quando iniciamos o Plano Real. É tempo de reavaliar as diferenças e críticas recíprocas. Os mais destacados economistas do PT daquela época, Maria da Conceição Tavares, Paul Singer e Aloizio Mercadante, martelaram a tecla de que se tratava de jogada eleitoreira. Não quiseram ver que se tratava de um esforço sério de reconstrução nacional, que aproveitou uma oportunidade de ouro para inovar práticas de gestão pública e dar outro rumo ao país. Como tampouco haviam visto que, por mais atribulada que tivesse sido a abertura da economia, sem ela estaríamos condenados à irrelevância em um mundo que se globalizava.
          A mesma cegueira impediu que se avaliasse com objetividade o esforço hercúleo para evitar que o sistema financeiro se desfizesse por sua fragilidade e pela voragem dos ataques especulativos. Proer, Proes e o respeito às regras da Basileia foram fundamentais para alcançar as benesses de hoje. Passamos pelo penoso aprendizado do sistema de metas para controlar a inflação e aprendemos a usar o câmbio flutuante, sujeito — como deve ser — à ação corretora do BC. Esses processos, a despeito de críticas que lhes tenham sido feitas no passado, constituem agora um “patrimônio comum”. O mesmo se diga sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi duramente criticada pelo PT e aliados e, hoje, é indiscutida, embora nem sempre aplicada com o rigor necessário. Isso revela amadurecimento do país.
          Na área social o tripé correspondente ao da área econômica se compõe de: aumentos reais do salário mínimo, desde 1993; implementação a partir de 1997 das regras ditadas pela Lei Orgânica de Assistência Social, atribuindo uma pensão aos idosos e às pessoas com deficiências físicas de famílias pobres; por fim, bolsas que, com nomes variáveis, vêm sendo utilizadas com êxito desde o ano 2000. Esses programas, independentemente de que governo os tenha iniciado ou melhorado, tiveram o apoio de todos os partidos e da sociedade.
          Infelizmente, nem em todas as áreas é assim. Sob pretexto de combater o neoliberalismo joga-se no mesmo balaio toda política que não seja de idolatria ao “capitalismo de Estado”, como se essa fosse a melhor maneira de servir ao interesse nacional e popular. Tal atitude revela um horror à forma liberal de capitalismo e à competição. Prefere-se substituir as empresas por repartições públicas e manter por trás delas um partido. No lugar do empresário ou da empresa a quem se poderia responsabilizar por seus atos e erros, coloca-se a burocracia como agente principal do desenvolvimento econômico, tendo o Estado como escudo. Supõese que Estado e povo, partido e povo, ou mesmo burocracia e povo, têm interesses coincidentes.
          Outra coisa não faziam os partidos totalitários na Europa, os populistas na América Latina e as ditaduras militares.
          Qualquer neófito sabe que sem Estado organizado não há capitalismo moderno nem sociedade democrática.
          Não se trata, portanto, da oposição infeliz e falaciosa de mais mercado e menos Estado nem de seu contrário. Na prática o neoliberalismo nunca prevaleceu no Brasil, nem depois do golpe de 1964, quando a dupla Campos-Bulhões reduziu a ingerência estatal para permitir maior vigor ao mercado. Mais recentemente, com a maré de privatizações iniciada no governo Sarney (com empresas siderúrgicas médias), prosseguida com Collor e Itamar (este privatizando a Embraer e a simbólica Siderúrgica Nacional) ou em meu governo (telecomunicações, Rede Ferroviária Federal e Vale do Rio Doce), o que se estava buscando era tirar das costas do Tesouro o endividamento crescente de algumas dessas empresas produzido pela gestão burocrática sob controle partidário e dotá-las de meios para se expandirem. Passaram a crescer e o Tesouro, a receber impostos em quantidade maior do que os dividendos recebidos quando essas empresas eram formalmente “estatais”. Mas o gasto público continuou a se expandir, e o papel do governo nas políticas econômicas e na regulação continuou essencial.
          Os resultados da nova política estão à vista. Algumas dessas empresas são hoje atores globais, marcos de um Brasil moderno internacionalmente respeitado. Outra não foi a motivação para transformar a Petrobras, o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica em empresas saneadas e competitivas, sem que jamais governo algum cogitasse privatizálas. Foram dotadas da liberdade necessária para agirem como empresas e não como extensão burocrática dos interesses políticos. Essa é a verdadeira questão e é isso que continua em jogo: prosseguiremos nesta trilha, mantendo as agências regulatórias com a independência necessária para velarem pelos interesses do investidor e do consumidor, ou regrediremos? Na prática, o governo Lula se envaidece, como ainda agora, de que o Banco do Brasil ou a Petrobras atuem como global players.
          Não retrocedeu em qualquer privatização, começou a fazer concessões das rodovias , cogita fazer o mesmo com os terminais aéreos, chega a simular um leilão para a concessão de Belo Monte, com o cuidado de dar ( para inglês ver, é verdade) a maioria do controle a empresas privadas. Por que então não deixar de lado a ideologia e o uso da pecha de neoliberal para desqualificar os avanços obtidos dos quais é usufruidor? Se esse passo for dado, o debate eleitoral poderá concentrarse no que realmente conta: a preparação do país para enfrentar o mundo atual, que é da inovação e do conhecimento.
          As diferenças entre os contendores recairão sobre a verdadeira questão: queremos um capitalismo no qual o Estado é ingerente, com uma burocracia permeada por influências partidárias e mais sujeita à corrupção, ou preferimos um capitalismo no qual o papel do Estado permanecerá básico, mas valorizará a liberdade empresarial, o controle público das decisões e a capacidade de gestão?

18 abril, 2010

As minhas verdades sobre o Partido dos Trabalhadores

          Visto que já sentimos o calor do caldeirão eleitoral de 2010, é tempo de reflexões acerca dos perigos que nos cercam. Precisamos impedir este projeto de poder petista de assaltar os cargos, instituições e cofres públicos ou corremos um sério risco de retrocesso civil e institucional. Não, isto não é terrorismo eleitoral! Temos no poder um partido que despreza e brinca com as instituições, quando um presidente faz campanha irregular a todo o tempo, inaugura obras com sua candidata, usurpa benesses e programas do governo anterior, faz apologia ao não estudo, achincalha o tribunal de contas e a mídia e esquece-se do republicanismo, pagando mensalmente parlamentares, para que assim consiga governar seus interesses. Para onde iremos? Foram em vão todos os esforços que tivemos ao longos dos anos para fortalecermos nossa democracia? Esperemos que não, que o povo vote consciente, compare os currículos. histórias, e enxergue que esta candidata da situação que nos é apresentada não é nada mais que uma calamidade nascida do aparelho burocrático de um governo falso e demagogo.

          Ao Lula falta modéstia, para não dizer outras coisas que a nossa boa educação não permite. Nosso presidente não tem respeito por nada, e se comporta como um ditador diante de qualquer crítica, as quais sempre rebate tangencialmente com o sarcasmo. Se a imprensa o critica e aponta irregularidades, ele a acusa de estar mancomunada com os tucanos, tal qual uma teoria de conspiração, as quais sabe inventar muito bem. Incita sempre uma divisão da  nossa gente, porque é mestre em criticar a elite quando se dirige aos pobres; e de elogiar a elite, quando senta-se diante dela. Afinal, qual é a posição deste mandatário diante das situações que a ele são apresentadas? Sim, é verdade, ele vive de conveniências, tal qual uma hiena.
Quando tem seu PAC investigado pelo TCU, em função de indícios de desvio de verbas, super-faturamento, e coisas do tipo, ele nem sequer pensa duas vezes antes de atacá-lo (falo do TCU, não do PAC). Não! Ele faz mais do que atacar... ele a humilha publicamente afirmando com convicção que a maneira de agir desta atrasa o país e com propriedade, aconselha uma reformulação. Isto não é uma barbárie?
          Lula da Silva pensa que é Deus, ou no mínimo o maior fenômeno da política mundial (acredita seriamente nisso). Ele credita todos os avanços dos tempos atuais ao seu governo, e realmente se esquece de que tudo aquilo que é positivo e elogiável em seu governo, na verdade foi construído no governo passado (estabilidade econômica, melhoria da imagem do nosso país no exterior, fortalecimento das instituições, criação do plano Real, agências reguladoras, programas sociais, bancos de fomento, melhoria substantiva do acesso ao crédito e meios de comunicação). E o povo acredita, é claro. Coitados... são enganados por uma fórmula de sucesso que consiste em mudar de nome um programa, injetar dinheiro para propagandear o pseudônimo, e pronto, algo está criado e o criador faz deste bonde que anda um grande sucesso. Como funciona rápido, não? Alia-se aos coronéis-militantes-terroristas do sertão, para ampliar em massa seu Bolsa Família (até cachorro recebe, dizem - http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=711444 ), sem associá-los a quaisquer critérios diferentes do terrorismo. É, é bem assim, porque se o sertanejo bolsista não votar nos candidatos do Lula ou de seu empregado coronel, ele deixará de receber o benefício, porque se o candidato for o sr. José Serra, o benefício findará e as nossas universidades serão vendidas, a Petrobrás será vendida, o país estará submisso aos interesses internacionais.

          Os "trabalhadores" trabalharam bem este projeto de poder e têm montada uma estrutura milionária através de um dízimo universal e de um caixa-dois bem amplo com o intuito de elegê-la. Dilma nunca fez, nem foi absolutamente nada neste país. Ocupou dois ministérios, o das Minas e Energia e o da Casa Civil, e quais foram seus êxitos? O país enfrentou um apagão até agora muito mal-explicado e a Casa Civil assessora muito mal a presidência da república, que hoje tem alugada mais da metade de seu governo para o PMDB. São esses os louros da "competentíssima" gestão da Dilma a frente dos ministérios que a fazem apta a disputar a presidência da república? Com certeza que não! Minha gente, construíram uma imagem da Dilma, aonde uma mulher de cristal é altamente técnica, rígida, inteligente, ideologista, íntegra e honesta, tendo passado por um sofrimento imensurável nos tempos ditatoriais, porém é uma imagem quebrantável, falsa, e o real espectro é totalmente desconhecido. É esta a imagem que querem passar, e são quatro anos o período previsto para que alguém, qualquer um que seja, até mesmo a desconhecida, ocupe a presidência para o retorno do "nosso guia". Lula da Silva não pôde tentar um terceiro mandato, consecutivo porque assim pegaria mal no cenário internacional e ele não queria se ver semelhante aos hermanos .

          Por último, e não menos importante, a apologia ao não estudo. Não deve ser vergonhoso para ninguém o fato de não ter estudado, pois neste país a educação e o combate à falta desta nunca foi prioridade; somente nos últimos anos tivemos políticas voltadas à erradicação do analfabetismo, que ainda é muito grande nas faixas etárias mais altas, isso sem faltar do analfabeto funcional. Porém, "nosso guia" tem orgulho de não ter estudado, e diz isso aos quatro cantos do mundo, afirma que se elegeu presidente assim, e só falta dizer que se elegeu presidente por assim ser. Cria uma imagem fictícia e dá um péssimo exemplo para milhões de crianças do nosso país, entregando uma mensagem a eles de que não precisam estudar, pois ele chegou à presidência da república "por não ter estudado". Sim, ele nos deixa furioso, vocês viram. E com a fúria de Aristóteles, que diz que "a educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces", eu respondo a ele com Immanuel Kant, que diz que "é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade".
 
BlogBlogs.Com.Br diHITT - Notícias