24 setembro, 2009
Inauguração do Hospital Regional Álvaro Fontoura prevista para 05 de novembro
Após muitos adiamentos, parece que agora é em definitivo. Foi previsto pela secretaria estadual de Saúde e pela fundação recém-criada para gerir o hospital, que este será inaugurado no dia 05 de novembro de 2009, atendendo a um antigo sonho da população da região norte de MS.
O hospital terá 90 leitos, 4 salas de cirurgia e 10 UTI's, com capacidade para atender cerca de 500 pessoas por dia, em casos de pequena e média complexidades . No entanto, no início de suas operações, funcionará apenas com metade de sua capacidade instalada (serão disponibilizados 45 leitos e 3 salas de cirurgia). Ainda não se sabe claramente o que será feito da Santa Casa de Coxim, nem de seus funcionários, mas torçamos para que a estrutura deixada não fique inutilizada, mas seja transformada em maternidade ou tenha alguma outra utilidade.
Já com relação aos funcionários, esperamos que todos eles sejam realocados, capacitados (se for o caso) e que mais sejam contratados para que a população tenha uma melhor qualidade nos serviços. A Santa Casa deixa uma série de dívidas, e dentre elas algumas muito intrigantes, como é o caso do recolhimento do INSS na fonte e o não repasse à Previdência (isso ocorre há cerca de uma década!). Essas perguntas precisam ser respondidas, pois é certo que este dinheiro vai pra algum lugar. Para ser bem sincero, acho até que a entidade mantenedora (Lions Club) mereça passar por uma auditoria para que estas irregularidades sejam averigüadas.
Quanto ao tratamento que o Estado e o município têm dado aos médicos de Coxim, é necessário que uma séria de ressalvas sejam feitas, para que assim se construa uma nova história entre ambas as partes. O salário dos doutores é atrasado todo o mês, e além disso é mal-pago. Há uma fuga de médicos de Coxim e só aqueles muito persistentes e antigos permanecem; basta observar, por exemplo, o declínio no número de médicos no quadro de plantonistas. Instalou-se um ciclo vicioso prejudicial à categoria, à população e aos responsáveis pela gestão. A categoria não tem seu trabalho reconhecido/valorizado, a população não é bem atendida e o caos na saúde da cidade é creditado aos gestores.
A classe médica precisa ser mais unida, para cobrar e reinvidicar... em Coxim e região não temos sequer um conselho que a represente. Tem de se bater o pé para as condições de trabalho, sobrecarga de serviços e desgastante desvalorização da classe perante à sociedade. A classe, por sua vez, precisa evoluir, ir além, em busca da informação e do conhecimento, indo de encontro ao que acontece na Medicina ao redor do mundo. Assim é que se vive um mundo globalizado, seja no Rio de Janeiro, Chicago ou Coxim. Cada região tem suas peculiaridades e problemas, e é fato que todos nós devemos conhecê-los para que assim possamos aproveitá-los e combatê-los, se for o caso.
A sociedade, por sua vez, precisa abandonar de vez o conformismo e a alienação. A classe média do Brasil, por exemplo, prefere pagar um plano de saúde do que reinvidicar uma saúde pública de melhor qualidade. Já a classe alta ignora os problemas, sendo que classe baixa, coitada, sofre por completo, porém sem reclamar. Pagamos impostos, poxa... a carga tributária brasileira é uma das mais altas do mundo (cerca de 35%), coisa de país rico europeu, mas sem seus benefícios. Existe o dinheiro, ele está ali, mas é mal distribuído e mal administrado.
O problema da distribuição no Brasil é uma metáfora: o dinheiro sai do governo federal e passa por uma série de canos enferrujados... a esses canos chamamos de CORRUPÇÃO. Sobre isto, falamos uma outra hora.
Em síntese, o que quero deixar claro é que somente com idéias, discussões, incentivos e reformas é que se constrói uma sociedade mais justa à vontade de todos. Avante, Coxim!
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