Retirado do site: http://www.serra-aecio.com.br/site/index.php O Brasil, definitivamente, deixou de ser um projeto com potencialidades e se transformou em uma nação referencial para todo o mundo. Embora ainda com fortes desequilíbrios e demandas sociais não atendidas, o país já conta com uma economia dinâmica e instituições democráticas estáveis. O povo brasileiro pode ousar mais e avançar em sua persistente aventura democrática. |
O ano de 2010 surge no cenário como mais um momento crucial para renovar esperanças, formular projetos, estabelecer parcerias políticas corajosas voltadas para construir novos modelos de crescimento econômico e de desenvolvimento. Em seu centro, as eleições presidenciais, que definirão os rumos do país em um mundo que experimenta grandes transformações e enfrenta ainda os impactos de uma crise econômica global. |
Os caminhos de um país continental como o Brasil devem ser traçados sem qualquer concessão ao maniqueísmo, ao espírito salvacionista, a acordos eleitorais espúrios e imediatistas. Devem se amparar em idéias e projetos reais, factíveis, democráticos, éticos, e se sustentar no espírito público. |
Nesse sentido,conclamamos os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, a comporem uma chapa para disputar o próximo pleito presidencial. Em poucos momentos da história é possível unir duas lideranças ilibadas e representativas em torno de um projeto nacional democrático e progressista, vivemos um deles. |
Serra e Aécio, nos cargos públicos que ocuparam, e ao longo dos anos, deram demonstração de competência, vocação pública e de compromisso com mudanças. Para dirigir o Brasil não precisam apresentar credenciais, já estão prontos, pois são o resultado do que tem de melhor a experiência política nacional nos últimos 20 anos. |
Nenhuma opção política pessoal que possa envolver esses dois grandes homens públicos brasileiros é mais estratégica que um projeto presidencial para 2010. Projeto esse que ultrapassa os limites do próprio PSDB e já se coloca como representativo de amplos segmentos políticos e sociais da nação brasileira. |
Uma chapa Serra-Aécio significaria, antes de tudo, concretizar uma alternativa ao atual governo federal, que acertou ao dar curso a orientações que emanam de administrações próximas anteriores e fracassou ao não executar reformas agendadas e de grande alcance histórico como a política e a tributária. Seria sinalizar a toda a sociedade que um novo projeto ético na vida pública e na política é possível. Também simbolizaria a união de dois grandes estados - São Paulo e Minas Gerais - para a construção de um novo pacto federativo, reclamado pelas regiões e demais estados brasileiros. Ao mesmo tempo, alimentaria um grande esforço político e eleitoral de abrangência nacional, com reflexos positivos imediatos no processo de renovação dos governos estaduais e das representações nos diversos parlamentos republicanos. |
Uma grande janela está aberta para que as esperanças se reacendam no Brasil. |
26 fevereiro, 2010
Serra e Aécio: uma união para mudar o Brasil (manifesto)
23 fevereiro, 2010
Dino Rocha - Gaivota Pantaneira
Revoando o rio Taquari
Vai mostrar pra quem nunca viu
Passarinhos cantando lado a lado às margens do rio
Vai, gaivota pantaneira
Cantando este Brasil colosso
Convidar a gente brasileira
Para conhecer o nosso Mato Grosso
(versão original da declamação- 1973, por Zacarias Mourão)
21 fevereiro, 2010
A maravilhosa simplicidade da natureza
A saída estava marcada pras 9 horas, o que num domingo pantaneiro literalmente representam não menos do que 11. A bordo estava a família do seu Pedro, seus amigos e poucos primos/amigos meus. O sol mostrava-se fortemente presente, sob um céu de puro azul, marcando uma temperatura certamente não inferior a 40ºC.
"Definitivo, cabal, nunca há de ser este Rio Taquari. Cheio de furos pelos lados, torneiral – ele derrama e destramela à-toa.
Só com uma tromba d’água se engravida. E empacha, estoura, arromba. Carrega barrancos. Cria bocas enormes. Vaza por elas. Cava e recava novos leitos. E destampa adoidado...
Cavalo que desembesta, se empolga. Escouceia árdego de sol e cio. Esfrega o rosto na escória. E invade, em estendal imprevisível, as terras do Pantanal.
Depois se espraia amoroso, libidinoso animal de água, abraçando e cheirando a terra fêmea."
10km rio abaixo, atracamos numa prainha, onde pudemos interagir com o rio banhando-nos em suas águas límpidas e mornas... um verdadeiro batismo de vida! Quem quisesse, poderia aventurar-se através de um esqui ou de um passeio individual numa mini-lancha. Confesso que a pujança, o esplendor e a grandeza do Pantanal fizeram com que eu sentisse-me pequeno, fútil e pobre. Não há energia que se equipare. "Natureza é uma força que inunda como os desertos. Você tenta descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir."
O ponteiro do relógio, mesmo findado o horário de verão, voou, e um fim de dia coloriu os horizontes pantaneiros como um canto de nobreza. "Eu via a natureza como quem a veste. Eu me fechava com espumas". Eu vi meu mundo, desnudei meus desejos e sonhos, e tive ainda mais a certeza de que o que eu quero é viver nessa veia d'água pantaneira, tê-la misturada à minha alma e ao meu sangue, para um dia ser legitimamente, um PANTANEIRO.
*Citações poéticas de Manoel de Barros
18 fevereiro, 2010
Wilson Martins conclui livro de memórias
Na mídia: Folha de São Paulo
Petistas mistificam dados e ignoram passado
Lula e Dilma dão ênfase a quantidades, em detrimento de pertinência e relevância
De Gustavo Patu:
"E pasmem, para uma coisa que é importante: eu, torneiro mecânico, já sou o presidente da República que mais fez universidades neste país", anunciou o presidente Lula, na semana passada, em Teófilo Otoni (MG), como já havia feito, só neste ano, em Bacabeira (MA), São Leopoldo (RS), Araçuaí (MG), no Fórum Social de Porto Alegre e em Brasília.
Se não se trata de uma mentira em busca de ser verdade à custa de tanta repetição, é um exemplo sintomático do tipo de comparação de feitos que o PT parece querer imprimir à campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff: que dá ênfase a quantidades, em detrimento da pertinência, recorre a números de consistência ou relevância duvidosa e, principalmente, ignora as contribuições do processo histórico.
Das 13 universidades contabilizadas pelo Planalto como obra sua, 9 são mero resultado de fusão, desmembramento ou ampliação de instituições federais de ensino superior inauguradas por outros presidentes -que, em sua época, também se valeram de estruturas preexistentes mantidas por Estados, municípios e empresas privadas.
A se levar a sério o levantamento do Ministério da Educação que sustenta a propaganda oficial, Juscelino Kubitschek supera o ritmo de Lula, com dez universidades em cinco anos de mandato. Até o arquirrival FHC, já acusado pelo petista de não ter criado nenhuma, conta com seis no documento.
A retórica de campanha deixa de lado dados e argumentos para defender a necessidade de mais universidades ou demonstrar seus efeitos na produção acadêmica nacional. A inauguração de instituições é apresentada com um fim em si mesma e evidência de uma nova era. "Tudo o que a gente puder fazer pela educação ainda é pouco diante da quantidade de anos em que nós não fizemos nada", nas palavras de Lula.
Sem a mesma verve do presidente, a ministra da Casa Civil se vale de um tom bem mais tecnocrático. "Até 2003 tinham sido construídas no Brasil 140 escolas técnicas profissionalizantes, e só no governo Lula já foram feitas 140, com a previsão de construção de mais 74. É esse tipo de comparação a que me refiro".
Tanto detalhamento está longe de significar precisão. As escolas federais criadas até 2009 foram pouco mais da metade do anunciado -e o número de matrículas, no período, cresceu apenas 20%, bem abaixo dos 45% na rede estadual.
Mais importante, omite-se que, na divisão consagrada de tarefas entre os entes federativos, o ensino profissionalizante cabe preferencialmente aos Estados, onde estão 30% dos alunos, o triplo do bolo federal, enquanto 55% das matrículas estão no setor privado. A ampliação da participação direta da União não é consensual entre os especialistas.
Combinação de preferência ideológica e conveniência eleitoral, todas as realizações reais e imaginárias citadas nos palanques petistas convergem para a apologia do papel do Estado e do gasto público, numa estratégia já empregada com sucesso no pleito de quatro anos atrás. Na época, o neoliberalismo, embora adotado com convicção pela primeira equipe econômica petista, foi o vilão escolhido.
Lula e Dilma, indiscutivelmente, respondem hoje por despesas recordes na área social -porque seu governo deu prioridade ao setor, mas também porque a Constituição de 1988 tornou obrigatórios gastos crescentes com previdência, saúde e assistência social, que se tornaram explícitos quando o Plano Real controlou a inflação.
Não satisfeitos, o presidente e a candidata tentam faturar até a principal frustração do segundo mandato: a tentativa malsucedida de, a partir de obras públicas listadas no PAC, elevar a taxa de investimento do país à casa de 20% do Produto Interno Bruto -no terceiro trimestre do ano passado, dado mais atualizado, a taxa estava em 17,7%, abaixo do patamar de 2007.
"Nos últimos 30 anos, se juntar tudo o que os presidentes da República investiram em saneamento básico, não chega à metade do que nós estamos investindo hoje", discursou Lula no último dia 3. Por sorte ou cálculo, o horizonte temporal mencionado deixou de fora os gastos incomparavelmente mais altos realizados pela ditadura militar na década de 70.
Mas, menos de um mês antes, o ministro Carlos Lupi (Trabalho), já havia anunciado que, de R$ 7,6 bilhões em recursos do FGTS programados para o setor, apenas R$ 1 bilhão havia sido efetivamente contratado em 2009. Tudo somado, ainda não foi superado o investimento de 0,23% do PIB de 2001.
17 fevereiro, 2010
Sem medo do passado, por Fernando Henrique Cardoso
O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.
Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?
A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.
Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado. Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.
Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.
Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.
O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.
Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.
É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).
Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.